18 de jun. de 2009

Privatizar ou não, eis a questão


Mais uma vez trago um termo da física para nossa discussão, resiliência, veja a definição encontrada na Wikipédia.

"Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. Após a tensão cessar poderá ou não haver uma deformação residual causada pela histerese do material - como um elástico ou uma vara de salto em altura, que se verga até um certo limite sem se quebrar e depois retorna com força, lançando o atleta para o alto.

É medida em percentual da energia devolvida após a deformação. Onde 0% indica que o materialsofre deformações exclusivamente plásticas (plasticidade) e 100% exclusivamente elásticas (elasticidade).

No meio corporativo, o termo "Resiliência" significa a capacidade de uma empresa ou corporação de se adaptar às mudanças no ambiente em que estão inseridas, ou seja, como elas conseguem reformular os seus processos de negócio para atender a novas exigências do mercado.

O cientista inglês Thomas Young foi um dos primeiros a usar o termo. Tudo aconteceu quando estudava a relação entre a tensão e a deformação de barras metálicas, em 1807. Resiliência para a física é, portanto, a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido tensão.

A resiliência dos materiais como o aço é fator determinante na escolha
da maioria dos Engenheiros em todo Mundo, quando trata-se de estruturas
gigantescas como Empire State Building, Golden Gate Bridge e outras inúmeras
estruturas ao redor do mundo."

Mas escolhi este termo não só pela fonética da palavra, ou por suas variações de uso, a escolhi por que tenho refletido sobre quão resiliente uma pessoa deve ser.

E para reforçar o conceito trago a vocês dois poemas de Bertolt Brecht, destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX:

Os que lutam
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."

Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

Mas ai, vocês me perguntam. O que tem a ver Brecht e resiliência? E eu vos digo:

TUDO

Pois, a luta diária, a privatização da vida são fatores que temos que administrar todo o tempo e para isso é necessário resiliência.

Certa vez ouvi:

"Existem pessoas que marcam data horário e local para serem felizes. Só serei feliz depois do natal, só serei feliz no final do expediente, só serei feliz quando for à Europa. E as vezes o natal chega e a pessoa cria outro marco a ser alcançado. Semana que vem é Ano novo, ai será tudo diferente não passa. E assim, o final do expediente nunca acaba e talvez a pessoa nunca vá à Europa."
Refletindo sobre esta colocação, pensei comigo:

O que é ser feliz?
Como posso ser feliz?
Do que preciso para ser feliz?


Divaguei sobre termos e pensamentos autorais e emprestados, não cheguei a conclusão alguma. Mas percebi o quanto tenho prorrogado a vida, sempre esperando algo acontecer, o momento certo de agir, ou a hora, data e local que tudo dará certo, mas notei que para dar certo é preciso viver a vida, tomar rédeas de seu momento e tentar (isso é sua obrigação) ser feliz no aqui e no agora.

A luta sempre existirá, você pode decidir privatizar sua vida, vender seu tempo e talento, viver de ilusões ou criar seu personagem.

Mas fazer isso de forma consciente é sempre diferente, você sabe a hora que deve dar um basta... impor seus limites ou o quanto deve ser resiliente para usufruir de algo que conquistou, porque você quis e não porque alguém quis por você...

Um comentário:

  1. Não existe uma resposta pronta, afinal temos conceitos diferentes de felicidade. Muitas vezes esperamos, autorizamos e responsabilizamos os outros pela nossa própria felicidade e aí nos frustramos. Mas, quando conseguimos subjugar os problemas, saímos restaurados. O bom é perceber que você está batalhando pela sua. Não desanime! bjs

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