Engraçado como as divergências dos pontos de vistas a favor e contra a decisão, colocam os aspectos profissionais e legislativos a frente de um bem da sociedade, a informação.
Veja alguns trechos de notícias divulgadas sobre o assunto:
1) "Gilmar Mendes, relator do recurso, defendeu a autorregulação da imprensa.
“São os próprios meios de comunicação que devem definir os seus controles”,
afirmou.
Mesmo sem a exigência de diploma, os cursos de jornalismo devem
continuar existindo, argumentou Mendes. “É inegável que a frequência a um curso
superior pode dar uma formação sólida para o exercício cotidiano do
jornalismo. Isso afasta a hipótese de que os cursos de jornalismo serão
desnecessários”, avaliou."Portal
de comunicação Comunique-se
2) "Tais Gasparian, representante da
Sertesp, afirmou durante julgamento que artigo do decreto-lei 972 apresenta
incompatibilidade com artigos da Constituição Federal que citam a liberdade de
manifestação do pensamento e o exercício da liberdade independentemente de
qualquer censura. De acordo com Gasparian, a profissão de jornalista é
desprovida de qualificações técnicas, sendo "puramente uma atividade
intelectual". A representante questionou qual o consumidor de notícias que não
gostaria de receber informações médicas, por exemplo, de um profissional formado
na área e não de um com formação em comunicação.
Gasparian lembrou ainda
que a obrigatoriedade do diploma foi instituída por uma junta militar que nem
poderia legislar por decreto-lei. A ideia, defende a representante, era
restringir a liberdade de expressão na época da ditadura, "estabelecendo um
preconceito contra profissionais que atuavam na área", afirmou." UOL
Notícias
Em ambas as notícias, temos argumentos sobre a "liberdade" de expressão, empregabilidade e interesses pessoais, nenhum deles aborda o papel do leitor, que efetivamente decide o que quer ler e onde. Acredito que existam interesses ($$$) implícitos nos dois pontos de vista, mas o papel de análise crítica e escolha é do leitor.
Sendo assim, digo aos meus colegas comunicólogos de jornalismo, não se abatam com a decisão e façam a diferença com ou sem diplomas. Pois, a profissão está no profissionalismo que se atribui a ela e na qualidade do trabalho de cada um, afinal, não se forma um Boris Casoy, uma Marília Grabriela, um Joelmir Betting e um Willian Bonner com um certificado na parede.
Esses profissionais são formados por suas trajetórias e capacidades de visualizar a notícia além do senso comum.
De fato, o que mais impressiona é que é mais fácil mudar a "regra". Lamentável! Essa decisão é um retrocesso. bj
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